sábado, 13 de junho de 2020

Lição 13 - Restaurada porém Restaurando


HERMENÊUTICA DA RESTAURAÇÃO - 2TRI - 2020

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBNESR
Prof. Alcides Marques











Lição 13 - Restaurada Todavia Restaurando
Leitura: Filipenses 3:7-16



Baseado em Sua autoridade suprema, Jesus Cristo comissionou Seus seguidores a ir e fazerem discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a todas as coisas que Ele lhes havia ordenado.

A seguir, Ele disse: “E eu estarei com vocês, até o fim dos tempos (Mateus 28:18-20).” O ensinamento bíblico não tem mudado, todavia cada geração deve ser ensinada outra vez. Cada discípulo deve ser treinado mais uma vez no coração e mensagem do Senhor.

O mundo de hoje e a igreja de hoje devem ouvir o evangelho em sua pureza.

Vários anos atrás, este escritor recebeu um telefonema de alguém que oferecia testar gratuitamente a qualidade da água da minha torneira. Um técnico, ironicamente chamado “Rusty [enferrujado]” chegou em casa com uma maleta cheia de produtos químicos. Quando ele adicionou alguns deles à água da torneira, a pessoa podia ver claramente as partículas que tornavam a água impura, se não insegura.

Ninguém quer beber água poluída! E por não mais que $3.000, Rusty resolveria o problema com um sistema de tratamento de água completo para a casa. E, é claro, o dono da casa devia apenas usar os sabões e outros produtos que Rusty vendia.

A companhia de água local insistia que a água era segura. Eles disseram que o cloro e outros produtos químicos adicionados na estação de tratamento eram suficientes para “melhorar” a qualidade adequada para beber, e que os poluentes presentes na água eram “inofensivos”. Rusty propôs uma melhora mais séria, embora seu método fosse dispendioso. O alvo dele? Fazer a água chegar o mais próximo possível de H 2 O – cobrando um valor.

Este escritor pensou: “Se eu pudesse voltar à fonte original! Eu poderia conseguir água da fonte de montanha – fria, fresca, deliciosa, e pura. Eu prefiro ter água do jeito que era antes de tudo ser acrescentado, não tratada com produtos químicos e tê-la menos do que 100% pura.”

O Apelo da Restauração chama todo o crente de volta à montanha, de volta à fonte de águas frescas da fé e prática cristãs descritas no Novo Testamento. A viagem pode ser custosa e cansativa. Pode exigir pensamento e esforços radicais. Pode desafiar os aditivos que pessoas bem-intencionadas têm derramado na água através dos anos.

Contudo, vale o esforço. O alvo não é restaurar um Movimento de Restauração, quer seja voltando à América durante o século dezenove ou alguma outra data e lugar desde Atos 2.

O alvo é, em vez disso, buscar a mesma coisa que os reformadores e restauradores têm
sempre buscado – a fonte bíblica clara, simples e original.

Num sentido, importantes elementos da fé e prática do Novo Testamento têm sido restaurados . Isto inclui o propósito, forma e candidatos ao batismo, a observância semanal da Ceia do Senhor, a organização de congregações locais com presbíteros, diáconos, e evangelistas, e assim por diante.

Quanto a estas questões os cristãos podem humilde e verdadeiramente declarar: “Nós voltamos à fonte.”

Ao mesmo tempo, os crentes em Cristo ainda estão restaurando a genuína fé e prática. Eles devem também declarar “Nós ficaremos na fonte. Nós voltaremos a ela vez após vez. Nunca acharemos que totalmente chegamos ou que alcançamos perfeitamente a vontade de Deus (Filipenses 3:7-16).” A tendência do homem é se desviar do plano de Deus, substituir, acrescentar, ou subtrair do Seu propósito.
Até mesmo um breve estudo das Escrituras e história confirma convincentemente este fato. Os cristãos reconhecem esta verdade e são, portanto, diligentes a continuar buscando restaurar a igreja.


Áreas de Permanente Restauração


Nem todo tema descrito aqui se aplicará igualmente a toda pessoa ou congregação que vê este material. Estas palavras não são uma acusação contra a igreja em geral, mas um lembrete e um desafio.

Estes aspectos devem se tornar (ou permanecer) frente e centro se é para a restauração continuar.

Fome por Deus.

Jesus disse que apenas aqueles que “têm fome e sede de justiça” seriam satisfeitos (Mateus 5:6). Ele prometeu “todas estas coisas” apenas àqueles que “buscam em primeiro lugar Seu reino e Sua justiça (Mateus 6:33).” O maior mandamento ainda é amar a Deus totalmente (Marcos 12:30).

Quem pode dizer: “Eu já realizei isso?” Paulo disse à multidão em Atenas: “Deus fez isso [criou a humanidade] para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós (Atos 17:28).” Reavivamento e restauração começam com um anseio grande de conhecer a Deus – Seu coração, Sua palavra, e Sua vontade – e eles não podem prosseguir sem tal apetite. Os cristãos devem “alimentar a chama” e resistir à complacência, ganância e o status quo.

É a fome por Deus que leva a pessoa de apenas “dar como foi mandado” a dar além de sua capacidade, porque ela se deu primeiramente ao Senhor (2 Coríntios 8:1-5). É fome por Deus que leva a pessoa a orar fervorosamente noite adentro. É fome por Deus que a leva a cantar, não apenas sem instrumentos mecânicos, mas com zelo ardente. É fome por Deus que motiva os discípulos a memorizarem as Escrituras e pensar nas coisas do alto, em vez de em coisas terrenas (Colossenses 3:1-4).

Envolvimento dos Membros.

Jesus disse que é o praticante da Palavra, não o mero ouvinte, cuja casa permanece firme (Mateus 7:24-27). Tiago escreveu: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. (Tiago 1:22).” A Bíblia diz: “Dele [Cristo] todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida que cada parte realiza a sua função. (Efésios 4:16).”

A igreja não é um lugar para ir, como na frase: “Onde fica a sua igreja?”

Não é um conjunto de atividades como nesta outra: “Que horas vai ser a igreja? Eu vejo você depois da igreja.”

Não é um prédio, como nesta: “Encontro você na igreja.” Em vez disso é um organismo, uma família, um corpo, no qual cada pessoa trabalha e serve no espírito de Cristo.

Uma pessoa que meramente frequenta um culto semanal e toma a Ceia do Senhor a cada Domingo com os irmãos fez um começo, mas deve ser chamado de “fiel,” funcionando completamente como Deus quer?

“Membro inativo” é um termo meio esquisito. O Apelo da Restauração é um chamado ao discipulado radical. Veja Lucas 14:25-35.
“Cada um deve usar qualquer que seja o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas várias formas (1 Pedro 4:10).” Até que cada cristão possa dizer: “Este é o meu dom, e é assim que eu o estou usando para servir ao Senhor na igreja local,” a restauração tem que continuar.

Evangelismo Mundial.

Nenhuma igreja pode afirmar que aceita a autoridade de Jesus enquanto ignora Suas ordens de marchar.

Ele nunca chamou seu povo para ficar confortável no aprisco, mas para buscar a extraviada nas montanhas.

Os cristãos não podem empregar profissionais para evangelizar por eles mais do que podem empregar outros para orar no lugar deles.

Os convertidos devem não apenas cantar, “Nós temos ouvido o chamado macedônio hoje.” Eles devem ir à Macedônia, sendo do outro lado da rua ou do mundo. Aqueles que seguem Jesus tornam-se pescadores de homens.

O cristão que nunca buscou ganhar uma alma para Jesus precisa de restauração. A falta de crescimento numérico na igreja hoje em dia não é resultado da fraqueza da mensagem; os mórmons têm alcançado milhões de membros, embora o ensino seja absolutamente falso. Nem é resultado de uma deficiência de poder divino.

Deus ainda promete que, se os cristãos plantarem e regarem, Ele fará crescer (1 Coríntios 3:6). Nem a estagnação da igreja é resultado de um campo de colheita pobre. Jesus disse: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita. (Mateus 9:37-38).” Uma igreja comprometida com a restauração é uma igreja impiedosa e inquietamente comprometida em salvar pessoas. Ela vive e respira evangelismo.

Influência Cultural.

Jesus disse: “Vocês são o sal da terra… a luz do mundo…(Mateus 5:13-16).” Os cristãos do primeiro século causaram “alvoroço por todo o mundo (Atos 17:6).” A igreja não deve
apenas salvar o perdido, deve também infiltrar-se, saturar, e dar sabor ao mundo, como o fermento penetra na massa (Mateus 13:33).

A igreja está mudando a cultura, ou a cultura está mudando a igreja?
Se e quando a igreja imita a cultura em sua visão de moralidade, modéstia, dinheiro; a igreja precisa de restauração. Que impacto os cristãos tentam ter no mercado, no processo legal e político, e na comunidade local?

O sal não deve estar contente em ficar no saleiro! Paulo levou a mensagem de Deus às grandes cidades do mundo, como Atenas e Roma. Quer o assunto seja clonagem, aborto, loterias, pornografia, feminismo, pena de morte, reabilitação penal, educação pública, ou qualquer uma dentre uma miríade de outras questões, a igreja deve buscar uma forma de ser ouvida e influenciar o pensamento e comportamento públicos.

A qualquer grau que a igreja recue frente à cultura, a igreja precisa de restauração. Se a cultura se recusa mudar, que não seja porque a igreja recusou sua chamada para ser o sal e luz.

Diálogo Religioso.

Jesus constantemente interagia com pessoas religiosas com as quais Ele teve sérias divergências; Ele nunca recuou.

A igreja deve seguir os Seus passos (1 Pedro 2:21). Com o tempo, linhas firmes e muros grossos se desenvolvem entre pessoas religiosas que, na verdade, têm muito em comum. A gente de cada lado pode se tornar entrincheirada, e pode reforçar a sua identidade por constantemente falar uns com os outros sobre o quão erradas estão as pessoas do outro lado da cerca.

O diálogo através dos espaços livres da tela dá lugar ao monólogo. Engajamento e interação tornam-se reflexão interna e a “autodefesa.” Exclusão e isolamento tornam-se a norma aceita.

Os cristãos precisam reconhecer que debate com outros não significa o endosso de suas crenças. Eles devem derrubar as paredes e construir pontes, começando com áreas básicas de terreno comum – Deus, a cruz, a ressurreição, e fé. Eles não devem rebaixar a sinceridade de outros, mas mostrar respeito a todos.

Eles “devem falar a verdade em amor (Efésios 4:15).” Não devem ser briguentos, mas gentis (2 Timóteo 2:23-26), para alcançar o maior número possível (1 Coríntios 9:19-23).

Parabéns por ter concluído o curso completo.

Segue o último Exercício!







Lição 12 - Um Equilíbrio Cristocêntrico



HERMENÊUTICA DA RESTAURAÇÃO - 2TRI - 2020

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBNESR
Prof. Alcides Marques











Lição 12 - Um Equilíbrio Cristocêntrico
Leitura: Mateus 23:1-38


Jesus Cristo atingiu um perfeito equilíbrio em Seu ensinamento e ministério, e Ele colocou importantes elementos de fé e obediência numa perspectiva linda e vital.

Por exemplo, Ele ensinou o comprometimento radical a Deus, todavia, também disse a Seus seguidores “dêem a César o que é de César (Mateus 22:15-22).” Sua mensagem sobre a vida após a morte incluía tanto um foco central em Deus quanto um foco primário em doutrina quanto ao que a ressurreição envolveria (Mateus 22:23-33).

Ele não colocou os dois em oposição ou enfatizou um para negligenciar o outro. Quando perguntado sobre o maior mandamento, Ele enfatizou a prioridade do amor interno por Deus e pelo próximo, e ao mesmo tempo Ele enfatizou a necessidade de observar as regras exteriores de Deus que expressariam aquele amor (Mateus 22:34-40).

Ele disse que este último dava sustentação àquelas. Ele esclareceu Sua identidade como aquele que Davi chamou de “Senhor,” e, todavia, Ele fez isso por uma cuidadosa explicação das Escrituras (Mateus 22:41-45).

Ele ensinou a soberania de Deus como o único Pai de Seus
discípulos, e Ele também disse a Seus discípulos, baseado neste fato: “A ninguém na terra chamem ‘pai (Mateus 23:9).’” Ele elogiou os fariseus por darem o dízimo de pequeninas plantas do jardim, mas deixou claro que eles não deviam negligenciar “justiça, misericórdia, e fidelidade,” às quais Ele chamou de “as questões mais importantes da lei (Mateus 23:23).”

Os apóstolos, cheios com a Palavra de Cristo e guiados pelo Espírito de Cristo, cuidadosamente mantiveram o equilíbrio e perspectiva de Seu Mestre em sua pregação e escrita.

O alvo da restauração deve sempre ser para os cristãos redescobrirem os vários elementos da fé e prática do Novo Testamento e também reposicionarem estes elementos na estrutura equilibrada que Jesus Cristo e os apóstolos dispuseram originalmente.

Os cristãos devem ver “como de primeira importância” o que os apóstolos viram: que Cristo morreu, foi sepultado, ressuscitou, e apareceu (1 Coríntios 15:1-5). Em conformidade com este ponto de referência, eles buscam reconhecer cada elemento da verdade bíblica em seu devido lugar.

As lições anteriores nesta série têm abordado os princípios da restauração deste ponto de vista. Eles têm mostrado que os cristãos são comprometidos com o ensinamento bíblico em todos os assuntos pelo simples fato de seu comprometimento convicto à pessoa e obra de Cristo.

O próprio Apelo da Restauração é um apelo para Jesus Cristo ter Sua vez na igreja. A ênfase na autoridade bíblica é a ênfase de Cristo. Ele mesmo (como também os apóstolos e escritores do Novo Testamento) usaram afirmações diretas, implicações, e exemplos para explicar o que as Escrituras ordenam, o que elas permitem, e o que elas proíbem.

Foi Ele quem rejeitou as tradições humanas que faziam mudanças ou substituições à vontade revelada do Pai. O próprio Cristo distinguiu a administração do Velho Testamento daquela do Novo. Ele aplicou a “lei da exclusão;” Ele permitiu expedientes. Ele respeitou o silêncio das Escrituras.

Jesus relacionou graça, fé e obediência. Também ensinou a necessidade do batismo, envolvendo água e Espírito. Ele instituiu a Ceia do Senhor. Ele estabeleceu o fundamento para adoração com o coração (não instrumentos mecânicos) e organizou a igreja com uma pluralidade de líderes do sexo masculino.

Ele, além disso, revelou estes assuntos dando Seu Espírito para guiar os apóstolos “a toda a verdade (João 16:13).”

Assim, os cristãos não são solicitados ou forçados a escolher entre “só amar a Jesus” e “observar tudo o que Jesus ordenou.” Eles podem ter tanto a centralidade da cruz quanto a necessidade do batismo em água, tanto adorar do coração quanto adorar sem ajuda mecânica.

Eles devem guardar tanto o propósito quanto a forma da Ceia do Senhor (no primeiro dia de cada semana). Eles podem manter a Cristo como o “Pastor Chefe” enquanto insistindo que os pastores locais atendam qualificações específicas dadas nas Escrituras.
Eles não são forçados a escolher entre “serem espirituais” e “serem bíblicos.” Eles não são pegos no falso dilema entre a “pessoa de Cristo” e o “modelo de Cristo,” entre o “homem” e “o plano,” entre Jesus como seu Salvador pessoal e a igreja como Seu corpo no qual eles servem.

Eles aceitam tanto amor quanto a lei, tanto espírito quanto a letra, tanto o interno quanto o externo, tanto a graça quanto a obediência, tanto a soberania de Deus quanto a responsabilidade humana, etc. Eles podem (e devem) restaurar o exterior sem sacrificar o interior.
Aqui estão algumas questões, que as pessoas têm levantado e ainda levantam, que causam conflitos aparentes, mas irreais com respeito à fé e prática cristãs.

Para cada questão aqueles que seguem a Cristo devem evitar a armadilha de tomarem apenas um lado e devem buscar o equilíbrio de Jesus Cristo e das Escrituras.

“A Bíblia é um livro de regras, ou uma carta amorosa de Deus?”

“Devemos buscar um modelo para restaurar, ou uma pessoa para adorar?”

“O cristianismo é sobre doutrinas específicas, ou é sobre Cristo?”

“Iremos restaurar as doutrinas e práticas que nós decidimos que são relacionados a ‘assuntos de salvação,’ ou iremos restaurar cada elemento do ensino apostólico?”

“Desde que nós não somos salvos por nosso entendimento perfeito ou performance, nós iremos minimizar a importância de buscar entender e cumprir o melhor que podemos, pela graça de Deus?”

“Desde que não somos perfeitos, iremos aceitar todos os credos denominacionais e variedades como igualmente imperfeitos, todavia válidos?”
Além disso, a igreja deve buscar evitar tanto uma visão demasiadamente restritiva, quanto uma visão demasiadamente liberal com relação à autoridade bíblica e prática cristã. Estes dois extremos têm afetado e dividido pessoas dentro do mundo religioso, como também aqueles dentro do movimento de restauração.


Um Extremo – Impondo o que Deus não Impôs

Imagine o chefe da empresa instrui seu vice-presidente a envolver todos os seus trabalhadores em preparar um relatório financeiro, para estar em sua mesa na terça-feira seguinte pela manhã.

O vice-presidente diz a seus subordinados que, a fim de manter seus empregos, eles devem seguir métodos muito restritivos, os quais o chefe não estipulou. Eles devem usar apenas papel de 9 quilos.

São proibidos de usar determinadas copiadoras da empresa. Não podem colaborar uns com os outros no projeto. Eles não devem prover creche de crianças nas acomodações da igreja.. Devem trabalhar no relatório apenas de 9:00 até as 11:00 da manhã. Não podem comer em nenhum lugar do prédio.

Não podem trabalhar em grupos por idade. O vice-presidente diz tudo isso por causa de um desejo sincero de fazer o que o chefe instruiu, mas ele restringe demasiadamente seus trabalhadores e de fato se opõe a opções que o chefe teria permitido. Como resultado ele começa a ser visto como “do contra” porque muitos de seus pontos-de-vista parecem negativos.

De maneira semelhante, alguns têm tentado restringir a igreja de maneiras que Deus não tem, ou estabelecido limites em áreas nas quais Deus tem permitido flexibilidade.

Por exemplo, alguns têm se oposto a [1] Aulas bíblicas (ou literatura), afirmando que elas são uma ruptura na assembleia ou dão às mulheres a liderança sobre os homens.
Eles também têm dito que os pais deveriam ensinar seus próprios filhos em casa e não delegar o papel de ensinar a outros.

Alguns têm se oposto ao uso de [2] recipientes múltiplos ou pães para a Ceia do Senhor. Contudo as Escrituras ensinam que tanto Paulo quanto os coríntios, embora em diferentes localidades, partilhavam de “um cálice” e “um pão” (1 Coríntios 10:17).”

Alguns têm feito oposição ao uso de [3] “fruto da videira” não-fermentado.” Contudo, Jesus simplesmente disse: “fruto da videira (Mateus 26:29).”

Alguns têm feito oposição a [4] comer no prédio da igreja .

Alguns têm feito oposição a usar o prédio da igreja para [5] atividades que não tenham a ver com adoração. Contudo, “prédios de igreja” eram desconhecidos nos tempos do Novo Testamento. Eles são simplesmente ferramentas expedientes para cumprir todo o trabalho da igreja, incluindo comunhão, benevolência, etc.

Alguns se opõem a [6] um batistério , insistindo em água corrente, de fora para o batismo.

Alguns se opõem a um [7] um pregador fixo, financeiramente sustentado. Contudo, Paulo
ficou em Éfeso para pregar por três anos (Atos 20:31).

Alguns se opõem a [8] cooperação congregacional para trabalho evangelístico ou de benevolência, embora as igrejas do Novo Testamento cooperaram em tais maneiras (Atos 11:29-30; 2 Coríntios 11:8).

Alguns se opõem ao estabelecimento e sustento de [9] Escolas cristãs e orfanatos, especialmente se o tesouro da igreja fornecer alguma parte dos fundos. Contudo, a Bíblia especificamente ordena o ensino da Palavra de Deus e cuidar dos órfãos (Tiago 1:27).

Alguns se opõem a [10] ajudar não-cristãos financeira ou materialmente. Todavia, Cristo alimentou até mesmo descrentes (João 6), e Gálatas 6:10 nos ensina a fazer o bem a todos.
Estes pontos-de-vista restritivos, às vezes chamados “anti” ou “ultra-conservadores,” não são realmente conservadores num sentido puro. Eles não conservam o que Deus disse; eles impõem o que Deus não impôs. Eles podem impedir os cristãos de fazerem o que Deus ordenou (evangelizar, ajudar os pobres, ensinar os jovens, prover uma casa para os órfãos, etc.) se opondo a expedientes aceitáveis.


Um Outro Extremo – Afrouxar o que Deus Impôs

Imagine (usando a ilustração anterior) que o vice-presidente diz a seus subordinados para se sentirem bem sobre si mesmos e seu chefe e mostrar o comprometimento deles de alguma maneira.

Ele menciona um relatório financeiro como uma possibilidade, e uma data limite numa terça-feira como uma boa opção, mas ele abre o caminho para várias alternativas. Embora ele também possa estar sincero, ele está violando as suas direções do chefe por não afirmar claramente suas exigências. Ele está afrouxando o que seu chefe impôs.

O Senhor deu instruções específicas com respeito à salvação, o propósito do batismo, elementos de adoração, o conteúdo da pregação, a permanência do casamento, a liderança espiritual dos homens, o chamado à unidade não-denominacional, e outros aspectos do cristianismo bíblico. Atenuar o que Deus deixou claro, ou permanecer em silêncio onde Deus tem falado, é violar a Sua vontade.


EXERCÍCIO




Lição 11 - Cristianismo Não-Denominacional



HERMENÊUTICA DA RESTAURAÇÃO - 2TRI - 2020

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBNESR
Prof. Alcides Marques











Lição 11 - Cristianismo Não-Denominacional
Leitura: Atos 2:36-47


Jesus Cristo sempre falou sobre a igreja que Ele iria estabelecer como uma só comunidade. Ele a chamou de “um só rebanho” (João 10:16), “Minha igreja (Mateus 16:18),” e “a igreja (Mateus 18:17).”

Ele usou muitas imagens tais como um campo, uma árvore de mostarda, uma rede de pescar para descrever Seu reino (Mateus 13). Na noite anterior à Sua morte, Ele orou “…que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti…para que o mundo creia (João 17:20-23).”

As Escrituras enfatizam a unidade da igreja e exortam os cristãos a manterem a unidade. “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos (Efésios 4:3-6).”

Portanto, Paulo censura a divisão. “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer…algum de vocês afirma: ‘Eu sou de Paulo’; ou ‘Eu sou de Apolo’; ou ‘Eu sou de Pedro’ ou ainda outro ‘Eu sou de Cristo’. Acaso está Cristo dividido?

Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo (1 Coríntios 1:10-13)?”

Contudo, o registro da história encontra-se em total contraste com a oração de Jesus e os ensinamentos dos apóstolos. Centenas de grupos se formaram, dividiram-se tanto por nomes quanto credos, todos reivindicando serem seguidores de Cristo.

Entre eles há alguns que negam a divindade de Cristo, alguns insistem que o Sábado é o dia de adoração, alguns ensinam que o batismo não é essencial à salvação, outros oram a Maria tanto quanto a Deus, alguns afirmam ter revelação adicional além da Bíblia, determinados grupos estabelecem mulheres e homossexuais para a liderança da igreja, e muito mais.

Alguns grupos têm se subdividido mais tarde, criando mais ramos na árvore denominacional. Diversos grupos religiosos usam nomes que os distinguem dos outros e indicam sua identidade única.

Um nome pode ressaltar o alcance do grupo. Por exemplo, “Católica” significa “universal;” “do sul” aponta para um parte dos Estados Unidos; “Comunidade” mira uma área local. Pode sugerir um estilo de governo. Por exemplo: “Episcopal” significa “estilo bispo,” enquanto que “presbiteriana” significa “estilo presbítero.” Pode destacar uma prática específica, tal como “Batista” ou “Adventista do Sétimo Dia,” ou um ponto de vista teológico, tal como “Reformada” ou “Pentecostal.” Pode mais adiante distinguir-se de outros dentro do mesmo ramo. Por exemplo: “Batistas do Sul,” “Batistas Independentes,” “Batistas Primitivos,” “Batistas Missionários” e “Batistas do Livre Arbítrio” são todas sociedades separadas. A “Igreja Presbiteriana U.S.A” é distinta em crença e prática da “Igreja
Presbiteriana Ortodoxa.”

A “Igreja Luterana (Sínodo de Missouri)” não comunga com outros luteranos.
O nome de um grupo pode refletir a influência de um líder particular “Luterana” ou “Wesleyana.” Pode descrever uma natureza étnica, tal como “Metodista Episcopal Africana.” Pode refletir uma postura de não afiliada, independente, tal como “Capela da Graça,” etc.

Para complicar as coisas ainda mais, algumas denominações têm aplicado a si mesmas como denominações distintas as frases descritivas que o Novo Testamento usa para descrever a igreja toda.
Por exemplo: “Igreja de Deus” é uma descrição bíblica (Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; 10:32; 11:22; 15:9; 2 Coríntios 1:1; Gálatas 1:9) para todo o povo de Deus. Contudo, se a pessoa diz hoje: “Eu pertenço à igreja de Deus,” outros podem pensar que ele quer dizer a denominação “Igreja de Deus”.

Os nomes “Discípulos de Cristo” e “Igreja Cristã” também se referem a denominações específicas. Tudo isto coloca um dilema para aqueles comprometidos com a restauração do cristianismo do Novo Testamento, que afirmam ser membros de nenhuma outra além da igreja descrita nas Escrituras.

Como eles se identificarão?

Eles devem de algum modo se comunicar com um mundo denominacional, “Nós somos cristãos, nada mais. Nós pertencemos ao corpo de Cristo. Nós não possuímos denominação.

Nós acreditamos que a própria ideia do denominacionalismo é pecaminosa porque promove a divisão e contradiz a unidade para a qual Jesus pregou e deu Sua vida.” Mas quando eles dizem: “Nós somos cristãos,” seus vizinhos vão perguntar: “Que tipo de cristãos?” Quando eles mencionam a igreja ou o corpo de Cristo, as pessoas vão perguntar: “Que tipo de igreja?” Se eles usarem frases bíblicas como “discípulos de Cristo,” “a igreja de Deus,” ou “as igrejas de Cristo,” outros podem ouvir “denominação X” Se eles simplesmente dizem “Eu pertenço à igreja ,” e se recusam a dizer mais, eles podem parecer arrogantes (eu pertenço à igreja, e você não!”), ignorantes, ou até mesmo evasivos.
Em Atos 2, aproximadamente três mil pessoas aceitaram a mensagem do evangelho e foram batizadas. O Senhor as “acrescentou” à igreja, e nada mais. No primeiro século, uma dessas três mil pessoas pode ter respondido com relação a esta nova fé: “eu pertenço à igreja.” Ou, “eu sou um cristão, um discípulo de Cristo.” Ou: “Eu sigo o Caminho.” Ou, “Eu sou membro da igreja de Cristo, a casa de Deus, o corpo de Cristo, das igrejas de Cristo, da igreja de Deus,” etc.

Todas estas são descrições bíblicas. Nenhuma dessas teria indicado uma seita particular ou denominação, pois, é claro, estas eram desconhecidas para estes cristãos primitivos. Eles todos pertenciam à igreja que Cristo estabeleceu. Hoje em dia, contudo, é difícil comunicar a natureza não-denominacional “da igreja”.
G.C. Brewer ilustrou o dilema desta maneira. Ele supôs ter várias cartas embaralhadas. Algumas impressas com algarismos, 2, 4, 6, 8, etc. Muitas estavam em branco. Ele imaginou tentando separar as cartas e classificá-las. Ele separou as que tinham o número 2, as do número 4, e as em branco e colocou-as em outro grupo. Uma carta dentre a do grupo dos 8 levantou-se e disse para as cartas em branco: “Vocês afirmam ser cartas em branco e não denominacionais, todavia vocês estão agrupadas e empilhadas como qualquer uma de nós!” Então uma carta do monte das em branco replicou veementemente: “Nós não estamos classificadas. Nós somos apenas cartas!” Brewer comentou que elas foram forçadas a estarem elas mesmas num grupo porque as outras estavam separadas e as deixaram sozinhas. Elas foram “classificadas” devido ao fato de serem “sem classificação.” Não era o propósito delas ser uma divisão de cartas distinta. Elas achavam que todas as cartas deveriam ser apenas cartas e todas serem colocadas em um só conjunto, mas as outras cartas estavam todas estampadas com algarismos diferentes.
Brewer disse: “Todos vocês podem ver a aplicação…Nós somos forçados a ser um corpo separado de pessoas porque nós somos não-denominacionais, porque não teremos colocados sobre nós nomes de grupos, símbolos, marcas, das diferentes denominações. Nós queremos a comunhão de todo o povo de Deus, e nos associaremos com qualquer pessoa em qualquer coisa que a Bíblia sanciona, mas não podemos ter a comunhão de nossos irmãos denominacionais sem entrar em suas denominações peculiares e separadas… Nossos propósitos e trabalho como um corpo de cristãos – cristãos não-denominacionais, simplesmente cristãos, apenas cristãos – faz necessário para nós trabalharmos à parte das denominações…”

Ironicamente este Apelo da Restauração, que requer a unidade não-denominacional, baseada na Bíblia, de todos os que creem em Cristo, inevitavelmente resulta em divisão . Todavia o apelo não causa a divisão.
O Apelo da Restauração insiste que qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer tempo, pode ouvir o evangelho de Cristo, responder a ele biblicamente, e tornar-se uma cristã. O Senhor acrescenta ele ou ela à Sua igreja, o corpo de Cristo, não a nenhuma denominação feita pelo homem. Esta pessoa pode adorar, ter comunhão, e servir com outras que também foram batizadas em Cristo para a salvação.
Este grupo de cristãos não-denominacionais pode (e deve) dar as boas vindas, como cristãos, a todos os outros que obedecem ao evangelho como o Novo Testamento ensina e que desejam adorar e servir de acordo com o padrão do Novo Testamento.

Eles podem reivindicar todas as descrições que a Bíblia aplica à igreja: igreja de Deus, igrejas de Cristo, família da fé, noiva de Cristo, corpo de Cristo, etc.

Eles podem (e devem) recusar as mudanças não-bíblicas tratadas em lições anteriores nesta série. Estas mudanças se referem a como a pessoa recebe a salvação, o propósito do batismo, a adoração na igreja, a organização da igreja, etc.
Fazer estas coisas não faz deste grupo de cristãos e congregações uma denominação , embora eles serão um povo distinto, separado. Escolhendo deliberadamente sair das denominações e serem nada mais do que cristãos, não podem adorar ou ter comunhão plena com aqueles que têm mudado elementos importantes do ensino do Novo Testamento.

O apelo deles a um mundo religioso dividido e sectário não é “Deixe sua denominação e junte-se à nossa!” mas, “Abandone todos os nomes e credos denominacionais, e volte à fé e prática da igreja primitiva.”
Atualmente, muitas congregações comprometidas com este apelo são conhecidas como “igrejas de Cristo.” Ao mesmo tempo que tal descrição é bíblica e auxilia a identificar outras que compartilham deste comprometimento com a restauração, não é bíblico ou útil usar esta descrição num sentido denominacional.

Quando uma pessoa diz: “Eu sou da Igreja de Cristo. Eu fui batizado por um ministro da Igreja de Cristo, eu me casei com uma garota da Igreja de Cristo,” ele não comunica claramente um apelo não-denominacional, não sectário.

A pessoa, em vez disso, pode dizer: “Eu sou um cristão. Eu não tenho afiliação denominacional. Estou tentando acreditar, praticar e obedecer nada além do ensino de Cristo e dos apóstolos.

Eu sou parte de uma congregação de cristãos que sustenta esta mesma visão.

Nós damos as boas vindas a todos os outros que seguem a Cristo biblicamente.

Nós somos discípulos de Cristo, a igreja de Deus, o corpo e noiva de Cristo, etc.

Há muitas congregações assim, mais comumente conhecidas como igrejas de Cristo.

Nós apelamos pela unidade de todos aqueles que seguem a Cristo, e nós acreditamos que tal unidade é possível através de uma restauração, isto é um retorno a nada além do ensinamento das Escrituras.”


EXERCÍCIO!




Lição 10 - Liderança e Organização da Igreja



HERMENÊUTICA DA RESTAURAÇÃO - 2TRI - 2020

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBNESR
Prof. Alcides Marques











Lição 10 - Liderança e Organização da Igreja
Leitura: Efésios 4:11-16; Atos 20:17-38


Jesus Cristo é o Cabeça da igreja, sua única fonte de autoridade, e o único objeto de toda a sua glória (Efésios 1:10, 22; 4:15; 5:23; Colossenses 1:18).

Respeitar Seu desígnio para o governo da igreja é realmente uma questão de respeitar o próprio Cristo. Esta não é uma discussão trivial, mas um esforço centrado em Cristo para entender, restaurar, e implementar a Sua vontade para a igreja com relação a isto.

É por meio da igreja que Deus tem escolhido fazer a sabedoria da cruz conhecida (Efésios 3:10). Os líderes da igreja são servos de Deus, equipando os cristãos a crescerem em Cristo (Efésios 4:11-16).

Durante Seu ministério terrestre, o Senhor designou uma pluralidade de homens, aos quais Ele chamou de “apóstolos” (“alguém enviado”),” para cumprir suas instruções e para continuar Sua missão depois de Sua partida (Marcos 3:13-19).

Ele disse que outros deveriam receber os apóstolos e suas palavras como receberiam a Cristo (Lucas 10:16; João 13:20; 20:21-23).

Os apóstolos não teriam autoridade própria; eles iriam ligar e desligar na terra o que já tinha sido ligado e desligado no céu (Mateus 16:18-19; 18:18). Cristo revelaria toda a verdade por meio dos apóstolos (João 14:26; 16:13; 1 Coríntios 2:6-13; Efésios 3:3-6).

Ele enviou o Espírito Santo no dia de Pentecostes para capacitar os apóstolos a pregar o evangelho, e por meio desta mensagem Cristo estabeleceu a igreja (Atos 2).

Assim, os membros da igreja foram: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular (Efésios 2:20),” Paulo disse: “Pois ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está posto, que é Jesus Cristo.” (1 Coríntios 3:11).

Pedro declarou que Jesus Cristo, não Pedro mesmo, era a pedra de fundação da igreja (1 Pedro 2:4-8). Assim, Cristo não edificou a igreja sobre Pedro; Pedro e os outros apóstolos construíram a igreja sobre Cristo. Jesus fez um jogo de palavras em Mateus 16:18-19 quando Ele disse a Simão: “…você é Pedro ( petros , uma pequena pedra), e sobre esta pedra ( petra , alicerce rochoso) eu estabelecerei a minha igreja.”

As “chaves do reino” não se referem a Pedro como o fiscal no portão do céu depois da morte da pessoa, mas a Pedro como alguém que abre o reino a outros pregando o evangelho, especialmente no Pentecostes.

Em lugar nenhum o Novo Testamento trata Pedro como o cabeça da igreja, como o “Santo Padre (Papa) (veja Mateus 23:9),” como alguém digno de reverência (Atos 10:25-26), ou como infalível (Gálatas 2:11-14).

Pedro se referiu a si mesmo simplesmente como um presbítero como os outros e uma testemunha dos sofrimentos de Cristo (1 Pedro 5:1). Pedro era um homem casado (Marcos 1:29-31; 1 Coríntios 9:5;) não um celibatário.

Com a autoridade de Cristo, aqueles que espalhavam o evangelho “designaram-lhes presbíteros em cada igreja (Atos 14:23);” Este era o propósito de Deus: estabelecer uma pluralidade de líderes do sexo masculino em cada congregação individual. Havia presbíteros na igreja em Jerusalém (Atos 11:30), e eles se reuniram com os apóstolos para julgar se os cristãos gentios tinham que ser circuncidados (Atos 15:1-6).

Eles desempenharam um papel significativo em resolver este conflito e em chegar a uma
decisão (Atos 15:22,23; 16:4).


A existência de apóstolos na igreja era temporária. Desde que a pessoa tinha que ser uma testemunha pessoal de Cristo para ser qualificada como apóstolo (Atos 1:21-22), veio inevitavelmente o tempo quando não havia mais apóstolos. Assim os apóstolos, como Paulo, escreveram as instruções do Senhor com respeito às qualificações de homens que poderiam servir como presbíteros.

Leia 1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9; 1 Pedro 5:1-4. Eles também prepararam os presbíteros para a liderança continua que eles exerceriam depois que os apóstolos partissem. Leia as palavras de Paulo para os líderes da igreja em Éfeso em Atos 20:17-38.
“Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso e lhes disse… ‘Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos , para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com seu próprio sangue.” Atos 20:17,28.
As três palavras destacadas descrevem o mesmo grupo de líderes do sexo masculino numa congregação local, indicando três aspectos de sua responsabilidade.

Primeiro, eles são “presbíteros.” A palavra grega, presbyteros, é um termo comparativo significando “homens mais velhos.” Denota autoridade delegada e a função de tomar decisões.

Na época do Velho Testamento, os anciãos de cada cidade reuniam-se no portão da cidade, ouviam os casos, e executavam a vontade de Deus (por exemplo, Deuteronômio
21:1-9). Os evangelhos mencionam a liderança na tomada de decisões dos anciãos em Jerusalém na época de Jesus (Mateus 16:21; 21:23; 27:1).
Segundo, Paulo diz que o Espírito Santo fez estes mesmos homens, estes presbíteros “supervisores.” A palavra grega, episkopos, é às vezes traduzida como “bispos.” Ela indica a responsabilidade de supervisão, administrativa, organizacional destes homens. Em particular, eles devem “vigiar” a igreja de modo que falsos mestres não a devastem como os lobos atacam ovelhas indefesas.

Este termo também aparece em Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:1-2; Tito 1:7; 1 Pedro 5:2. As Escrituras chamam o próprio Senhor de “bispo de suas almas (1 Pedro 2:25).” Hebreus 13:17 diz: “Obedeçam a seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como que deve prestar contas.

Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês.”
Observação: porque estes líderes da igreja são designados basicamente pelo Espírito Santo, e não por homens, a pessoa deve ser extremamente respeitosa para com a liderança deles e muito hesitante em pedir a renúncia deles.

Contudo, os presbíteros que pecam devem ser repreendidos publicamente para advertir os outros. Leia 1 Timóteo 5:19-20.

Observação: enquanto a história da igreja se desenvolvia, o termo “bispo” veio a ser usado para se referir a um homem que tinha a supervisão de uma congregação inteira ou grupo de congregações (uma diocese). Esta é a forma de liderança “episcopal”. O termo “bispo” não tem este significado no Novo Testamento, mas se refere em vez disso a um “supervisor” entre um grupo de supervisores que lideram uma só congregação.
Terceiro, estes presbíteros/supervisores devem “pastorear” a igreja. Este papel envolve aconselhar, nutrir, proteger, corrigir, e liderar. Leia Salmo 23; Ezequiel 34:1-6; Lucas 15:3-7; João 10:1-18.

Eles pessoalmente cuidam das necessidades de indivíduos, sejam eles ociosos, tímidos, ou fracos. Eles advertem, ensinam, encorajam, exortam, e repreendem (veja 1 Tessalonicenses 5:12-15).

Eles visitam e oram pelos doentes, para que possam ser curados (Tiago 5:13-18). Observação: com o desenvolvimento da história da igreja, o termo “pastor,” também veio a ser usado para se referir a um homem que tinha a supervisão de uma congregação inteira .

Esta palavra não tem este significado no Novo Testamento, mas se refere em vez disso a um “pastor” entre um grupo de pastores que lideram uma única congregação. A palavra “pastores,” aparecendo em traduções em inglês apenas em Efésios 4:11, refere-se ao mesmo grupo de líderes de igreja (presbíteros/bispos) a quem Paulo se dirigiu em Atos 20.

Estes mesmos três nomes ou papéis aparecem em 1 Pedro. 5:1-2: “Portanto, apelo aos presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como ele e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele ,…” 1983 επισκοπεω episkopeo 2 pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós <5213>, <1983> (5723) não por constrangimento mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; Cada um desses papéis envolve uma responsabilidade correspondente por parte da igreja. Os cristãos devem se submeter, sustentar e servir de maneiras que capacitem os líderes a liderar. Os pastores não podem nutrir uma ovelha rebelde. Os supervisores não podem proteger do perigo aqueles que dizem: “Fique fora da minha vida pessoal e moral!” Os presbíteros não podem dirigir pessoas que insistem que eles não têm autoridade dada por Deus.
O papel dos presbíteros é distinto do papel dos diáconos (servos especialmente designados; veja 1 Timóteo 3:7-13) e evangelistas (pregadores do evangelho; veja Filipenses 1:1), embora seus cuidados vão se sobrepor.
No segundo e terceiro séculos, cada igreja começou a ser governada por um só bispo, como um corpo separado de presbíteros e muitos diáconos.

Posteriormente, um bispo se tornou o líder de todas as igrejas na sua cidade. Novos ofícios foram acrescentados à crescente pirâmide: sacerdotes, leitores, sub-diáconos, e acólitos. Em 325 AD, Constantino convocou o primeiro concílio da igreja universal em Nicéia.

Este concílio produziu o Credo Niceno e declarou que os bispos de Roma, Alexandria, Antioquia, Cesaréia, e Jerusalém possuíam autoridade superior. Depois de muito debate e algum tempo, o bispo de Roma foi feito supremo e chamado de Papa (pai) sobre a igreja “católica” (significando “universal”).

Inocêncio I (401-417) declarou que nada era final sem sua aprovação. Os líderes tentaram voltar através da história para traçar uma linha de papas originando-se com Pedro. Cardeais, monsenhores, arcebispos, um sacerdócio clerical, monges, e freiras são todos estranhos ao Novo Testamento.

Assim também o são os concílios eclesiásticos que buscam impor tradições e regras sobre congregações individuais. As Escrituras nunca estabeleceram nenhuma hierarquia universal da igreja. Uma vez que a época dos apóstolos acabou, o Senhor deixou congregações independentes nas mãos de líderes locais, qualificados, de forma plural, e do sexo masculino. Não um conselho denominacional. Não um “pastor”. Não um cabeça humano.
Como resultado deste antigo desvio do propósito de Deus, “a igreja” assumiu uma autoridade para si mesma e passou a expedir numerosos dogmas e decretos.

Por causa desta estrutura piramidal, suas mudanças a nível de topo afetavam milhares e finalmente milhões de pessoas. Muitos grupos protestantes, buscando “reformar” a organização de estilo católico, têm substituído seus próprios concílios, sínodos, e corpos hierárquicos, com resultados similares. Muitos têm adotado um “sistema pastoral” não-bíblico. Em tal sistema, um indivíduo (em alguns casos, uma mulher) usa o título de “pastor” ou “pastor sênior” e dirige todo o trabalho de uma igreja local.

O Apelo da Restauração conclama a um retorno à organização simples apresentada no Novo Testamento.

Cada congregação autônoma (independente) deve ter (ou desenvolver) seus próprios líderes locais, ou grupo plural de homens biblicamente qualificados que servem ou lideram juntos.

Eles são presbíteros, supervisores (ou bispos) e pastores. Sob a direção deles, os diáconos servem de maneiras estabelecidas. Os evangelistas proclamam o evangelho e edificam a igreja com a Palavra (2 Timóteo 4:1-5).



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