sábado, 13 de junho de 2020

Lição 13 - Restaurada porém Restaurando


HERMENÊUTICA DA RESTAURAÇÃO - 2TRI - 2020

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBNESR
Prof. Alcides Marques











Lição 13 - Restaurada Todavia Restaurando
Leitura: Filipenses 3:7-16



Baseado em Sua autoridade suprema, Jesus Cristo comissionou Seus seguidores a ir e fazerem discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a todas as coisas que Ele lhes havia ordenado.

A seguir, Ele disse: “E eu estarei com vocês, até o fim dos tempos (Mateus 28:18-20).” O ensinamento bíblico não tem mudado, todavia cada geração deve ser ensinada outra vez. Cada discípulo deve ser treinado mais uma vez no coração e mensagem do Senhor.

O mundo de hoje e a igreja de hoje devem ouvir o evangelho em sua pureza.

Vários anos atrás, este escritor recebeu um telefonema de alguém que oferecia testar gratuitamente a qualidade da água da minha torneira. Um técnico, ironicamente chamado “Rusty [enferrujado]” chegou em casa com uma maleta cheia de produtos químicos. Quando ele adicionou alguns deles à água da torneira, a pessoa podia ver claramente as partículas que tornavam a água impura, se não insegura.

Ninguém quer beber água poluída! E por não mais que $3.000, Rusty resolveria o problema com um sistema de tratamento de água completo para a casa. E, é claro, o dono da casa devia apenas usar os sabões e outros produtos que Rusty vendia.

A companhia de água local insistia que a água era segura. Eles disseram que o cloro e outros produtos químicos adicionados na estação de tratamento eram suficientes para “melhorar” a qualidade adequada para beber, e que os poluentes presentes na água eram “inofensivos”. Rusty propôs uma melhora mais séria, embora seu método fosse dispendioso. O alvo dele? Fazer a água chegar o mais próximo possível de H 2 O – cobrando um valor.

Este escritor pensou: “Se eu pudesse voltar à fonte original! Eu poderia conseguir água da fonte de montanha – fria, fresca, deliciosa, e pura. Eu prefiro ter água do jeito que era antes de tudo ser acrescentado, não tratada com produtos químicos e tê-la menos do que 100% pura.”

O Apelo da Restauração chama todo o crente de volta à montanha, de volta à fonte de águas frescas da fé e prática cristãs descritas no Novo Testamento. A viagem pode ser custosa e cansativa. Pode exigir pensamento e esforços radicais. Pode desafiar os aditivos que pessoas bem-intencionadas têm derramado na água através dos anos.

Contudo, vale o esforço. O alvo não é restaurar um Movimento de Restauração, quer seja voltando à América durante o século dezenove ou alguma outra data e lugar desde Atos 2.

O alvo é, em vez disso, buscar a mesma coisa que os reformadores e restauradores têm
sempre buscado – a fonte bíblica clara, simples e original.

Num sentido, importantes elementos da fé e prática do Novo Testamento têm sido restaurados . Isto inclui o propósito, forma e candidatos ao batismo, a observância semanal da Ceia do Senhor, a organização de congregações locais com presbíteros, diáconos, e evangelistas, e assim por diante.

Quanto a estas questões os cristãos podem humilde e verdadeiramente declarar: “Nós voltamos à fonte.”

Ao mesmo tempo, os crentes em Cristo ainda estão restaurando a genuína fé e prática. Eles devem também declarar “Nós ficaremos na fonte. Nós voltaremos a ela vez após vez. Nunca acharemos que totalmente chegamos ou que alcançamos perfeitamente a vontade de Deus (Filipenses 3:7-16).” A tendência do homem é se desviar do plano de Deus, substituir, acrescentar, ou subtrair do Seu propósito.
Até mesmo um breve estudo das Escrituras e história confirma convincentemente este fato. Os cristãos reconhecem esta verdade e são, portanto, diligentes a continuar buscando restaurar a igreja.


Áreas de Permanente Restauração


Nem todo tema descrito aqui se aplicará igualmente a toda pessoa ou congregação que vê este material. Estas palavras não são uma acusação contra a igreja em geral, mas um lembrete e um desafio.

Estes aspectos devem se tornar (ou permanecer) frente e centro se é para a restauração continuar.

Fome por Deus.

Jesus disse que apenas aqueles que “têm fome e sede de justiça” seriam satisfeitos (Mateus 5:6). Ele prometeu “todas estas coisas” apenas àqueles que “buscam em primeiro lugar Seu reino e Sua justiça (Mateus 6:33).” O maior mandamento ainda é amar a Deus totalmente (Marcos 12:30).

Quem pode dizer: “Eu já realizei isso?” Paulo disse à multidão em Atenas: “Deus fez isso [criou a humanidade] para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós (Atos 17:28).” Reavivamento e restauração começam com um anseio grande de conhecer a Deus – Seu coração, Sua palavra, e Sua vontade – e eles não podem prosseguir sem tal apetite. Os cristãos devem “alimentar a chama” e resistir à complacência, ganância e o status quo.

É a fome por Deus que leva a pessoa de apenas “dar como foi mandado” a dar além de sua capacidade, porque ela se deu primeiramente ao Senhor (2 Coríntios 8:1-5). É fome por Deus que leva a pessoa a orar fervorosamente noite adentro. É fome por Deus que a leva a cantar, não apenas sem instrumentos mecânicos, mas com zelo ardente. É fome por Deus que motiva os discípulos a memorizarem as Escrituras e pensar nas coisas do alto, em vez de em coisas terrenas (Colossenses 3:1-4).

Envolvimento dos Membros.

Jesus disse que é o praticante da Palavra, não o mero ouvinte, cuja casa permanece firme (Mateus 7:24-27). Tiago escreveu: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. (Tiago 1:22).” A Bíblia diz: “Dele [Cristo] todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida que cada parte realiza a sua função. (Efésios 4:16).”

A igreja não é um lugar para ir, como na frase: “Onde fica a sua igreja?”

Não é um conjunto de atividades como nesta outra: “Que horas vai ser a igreja? Eu vejo você depois da igreja.”

Não é um prédio, como nesta: “Encontro você na igreja.” Em vez disso é um organismo, uma família, um corpo, no qual cada pessoa trabalha e serve no espírito de Cristo.

Uma pessoa que meramente frequenta um culto semanal e toma a Ceia do Senhor a cada Domingo com os irmãos fez um começo, mas deve ser chamado de “fiel,” funcionando completamente como Deus quer?

“Membro inativo” é um termo meio esquisito. O Apelo da Restauração é um chamado ao discipulado radical. Veja Lucas 14:25-35.
“Cada um deve usar qualquer que seja o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas várias formas (1 Pedro 4:10).” Até que cada cristão possa dizer: “Este é o meu dom, e é assim que eu o estou usando para servir ao Senhor na igreja local,” a restauração tem que continuar.

Evangelismo Mundial.

Nenhuma igreja pode afirmar que aceita a autoridade de Jesus enquanto ignora Suas ordens de marchar.

Ele nunca chamou seu povo para ficar confortável no aprisco, mas para buscar a extraviada nas montanhas.

Os cristãos não podem empregar profissionais para evangelizar por eles mais do que podem empregar outros para orar no lugar deles.

Os convertidos devem não apenas cantar, “Nós temos ouvido o chamado macedônio hoje.” Eles devem ir à Macedônia, sendo do outro lado da rua ou do mundo. Aqueles que seguem Jesus tornam-se pescadores de homens.

O cristão que nunca buscou ganhar uma alma para Jesus precisa de restauração. A falta de crescimento numérico na igreja hoje em dia não é resultado da fraqueza da mensagem; os mórmons têm alcançado milhões de membros, embora o ensino seja absolutamente falso. Nem é resultado de uma deficiência de poder divino.

Deus ainda promete que, se os cristãos plantarem e regarem, Ele fará crescer (1 Coríntios 3:6). Nem a estagnação da igreja é resultado de um campo de colheita pobre. Jesus disse: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita. (Mateus 9:37-38).” Uma igreja comprometida com a restauração é uma igreja impiedosa e inquietamente comprometida em salvar pessoas. Ela vive e respira evangelismo.

Influência Cultural.

Jesus disse: “Vocês são o sal da terra… a luz do mundo…(Mateus 5:13-16).” Os cristãos do primeiro século causaram “alvoroço por todo o mundo (Atos 17:6).” A igreja não deve
apenas salvar o perdido, deve também infiltrar-se, saturar, e dar sabor ao mundo, como o fermento penetra na massa (Mateus 13:33).

A igreja está mudando a cultura, ou a cultura está mudando a igreja?
Se e quando a igreja imita a cultura em sua visão de moralidade, modéstia, dinheiro; a igreja precisa de restauração. Que impacto os cristãos tentam ter no mercado, no processo legal e político, e na comunidade local?

O sal não deve estar contente em ficar no saleiro! Paulo levou a mensagem de Deus às grandes cidades do mundo, como Atenas e Roma. Quer o assunto seja clonagem, aborto, loterias, pornografia, feminismo, pena de morte, reabilitação penal, educação pública, ou qualquer uma dentre uma miríade de outras questões, a igreja deve buscar uma forma de ser ouvida e influenciar o pensamento e comportamento públicos.

A qualquer grau que a igreja recue frente à cultura, a igreja precisa de restauração. Se a cultura se recusa mudar, que não seja porque a igreja recusou sua chamada para ser o sal e luz.

Diálogo Religioso.

Jesus constantemente interagia com pessoas religiosas com as quais Ele teve sérias divergências; Ele nunca recuou.

A igreja deve seguir os Seus passos (1 Pedro 2:21). Com o tempo, linhas firmes e muros grossos se desenvolvem entre pessoas religiosas que, na verdade, têm muito em comum. A gente de cada lado pode se tornar entrincheirada, e pode reforçar a sua identidade por constantemente falar uns com os outros sobre o quão erradas estão as pessoas do outro lado da cerca.

O diálogo através dos espaços livres da tela dá lugar ao monólogo. Engajamento e interação tornam-se reflexão interna e a “autodefesa.” Exclusão e isolamento tornam-se a norma aceita.

Os cristãos precisam reconhecer que debate com outros não significa o endosso de suas crenças. Eles devem derrubar as paredes e construir pontes, começando com áreas básicas de terreno comum – Deus, a cruz, a ressurreição, e fé. Eles não devem rebaixar a sinceridade de outros, mas mostrar respeito a todos.

Eles “devem falar a verdade em amor (Efésios 4:15).” Não devem ser briguentos, mas gentis (2 Timóteo 2:23-26), para alcançar o maior número possível (1 Coríntios 9:19-23).

Parabéns por ter concluído o curso completo.

Segue o último Exercício!







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